Compra do Banco Master é 'grande oportunidade' de diversificar atuação do BRB, diz presidente do banco público
01/04/2025
(Foto: Reprodução) Declaração foi feita em entrevista no jornal Em Ponto, da GloboNews. Aquisição de 58% do Banco Master pelo BRB tem prazo de 360 dias para ser analisada pelo Banco Central e pelo Cade. Presidente do BRB fala sobre aquisição do Banco Master
O conselho do Banco de Brasília aprovou, na última sexta-feira (28), a compra do Banco Master. O Banco Central e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) tem o prazo de 360 dias para analisar a negociação e concluir ou não a operação.
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Em entrevista no jornal Em Ponto, da GloboNews, nesta terça-feira (1º), o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, afirma que aquisição de 58% do Banco Master tem como objetivo complementar as atuações da instituição pública em todo o país.
"O [banco] Master é uma grande oportunidade para o BRB, que sempre atuou no varejo e nunca conseguiu se posicionar no atacado. Vai agregar atuação em médias e grandes empresas, em mercado de capitais, em câmbio", afirmou Paulo Henrique Costa.
Para Costa, a diversificação dos produtos que será proporcionado para a aquisição vai contribuir com a estabilidade do BRB. "Quanto mais completo e mais diversificado o perfil do cliente, mais estável a gente se torna", disse o presidente do banco público.
Segundo o presidente do BRB, além da aprovação dos órgãos reguladores, algumas cláusulas precisam ser cumpridas para que o negócio seja concluído: reorganização societária, e empresas que deixam de fazer parte da carteira do Banco Master.
"Com esse movimento em que a gente compra 58% e o BRB passa a atuar de maneira bastante ativa na governança dessa instituição, o plano estratégico e o posicionamento do Master vai mudar. Focaremos em ativos bancários mais do dia a dia de operação de varejo", disse Paulo Henrique Costa.
Tratativas com o Banco Central
Carro de presidente do BRB entra pela garagem do prédio do Banco Central.
Costa se reuniu com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, nesta segunda-feira (31), para explicar as razões para a aquisição. Já nesta terça-feira, Galípolo conversa com Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master.
Ao g1, o Cade afirmou que deve analisar, entre outros aspectos, a participação de mercado das empresas envolvidas na operação e se há existência ou não de rivalidade por parte das concorrentes.
O Sindicato dos Bancários do Distrito Federal disse, em nota publicada no domingo (30), que tem "profunda preocupação" com a possibilidade de gestão temerária do BRB, diante da compra do Banco Master, no que tange ao interesse público e a segurança econômica da instituição (veja íntegra abaixo).
O BRB
O Banco de Brasília S.A. (BRB) foi criado em dezembro de 1964 com o objetivo de ser um agente financeiro para captar os recursos necessários para o desenvolvimento do Distrito Federal. Em 1991, passou a ser um banco com as carteiras: comercial, câmbio, desenvolvimento e imobiliária.
A empresa é uma sociedade de economia mista, de capital aberto, e o acionista majoritário é o Governo do Distrito Federal (71,92%). O BRB é uma instituição financeira com atuação no Distrito Federal e com agências no Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Bahia e Paraíba.
O Banco Master
Fundado em 1974 como corretora de valores e título imobiliários, o Banco Master teve a aprovação do Banco Central para operar como instituição financeira em 1990, ainda com o nome de Banco Máxima. Após a compra do Banco Vipal, a instituição foi renomeada como Banco Master, em 2021.
O que diz o Sindicato dos Bancários do DF
"O Sindicato dos Bancários de Brasília manifesta sua profunda preocupação com a possibilidade de atos que podem caracterizar uma possível gestão temerária da atual diretoria do Banco de Brasília (BRB), diante da compra do banco master, no que tange diretamente o interesse público e a segurança econômica da instituição.
A negociação para a compra de ações do Banco Master, amplamente noticiada pela imprensa, tem sido alvo de análises críticas por parte de especialistas econômicos e de outras instituições do Sistema Financeiro Nacional. Essa movimentação levanta sérios questionamentos sobre a responsabilidade na gestão do BRB e os possíveis impactos dessa decisão sobre o patrimônio público e a economia do Distrito Federal.
Ressalta-se que, em um passado próximo, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) apontou a concentração da carteira do Banco Master em precatórios, uma carteira sem liquidez, o que agrava as incertezas em torno da aquisição proposta pelo BRB.
O Conselho de Administração do banco tem competência para decidir sobre a aquisição de uma nova instituição? Ou seria de competência da Câmara Legislativa do Distrito Federal?
O Sindicato reafirma seu compromisso inabalável de atuar de forma vigilante e firme na defesa dos interesses da sociedade do Distrito Federal e dos trabalhadores do BRB. Seguiremos acompanhando de perto todas as decisões que possam comprometer a estabilidade do banco, a transparência na administração dos recursos públicos e a manutenção dos empregos dos trabalhadores da instituição.
Reiteramos nossa cobrança para que o governador do Distrito Federal assuma sua responsabilidade na preservação do BRB como uma instituição pública, sólida e comprometida com o atendimento à população do DF, respeitando os objetivos para os quais o banco foi criado.
Seguiremos exigindo responsabilidade e transparência na gestão do BRB, garantindo que a instituição cumpra seu papel de fomentar o desenvolvimento econômico e social do Distrito Federal, sem colocar em risco o futuro dos trabalhadores e da população brasiliense."
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